quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Formação pastoral


 
A PARÓQUIA E OS PASSOS DA MISSÃO

(Reflexão com lideranças)

O primeiro passo é superar a ideia de que a missão está ligada a um território, a uma região missionária distante da gente. É necessário ter consciência de que a missão se faz a partir de onde estamos. A igreja é o povo de Deus e cada cristão, pelo batismo tem a responsabilidade de se fazer missionário, por obediência ao próprio mandato de Jesus Cristo. A Igreja é missionária por natureza!
A consciência dessa natureza missionária, levou a Igreja, povo de Deus, a repensar sua identidade, sua liturgia, sua catequese, sua espiritualidade, seus serviços pastorais e sua teologia com olhos renovados.
O segundo passo é transformar a comunidade em espaço privilegiado da missão. É fazer a comunidade mergulhar na palavra de Deus e celebrar a vida. È ser comunidade solidária com os dramas da humanidade. É formar e promover membros da comunidade para a missão além fronteiras, junto a outros povos e para as situações desafiantes em nosso próprio meio.
Ser missionário é promover o outro. É dar condições para que o outro seja incluído e respeitado em sua dignidade e, a cima de tudo, iluminá-lo com a Palavra de Deus. A missão é, ao mesmo tempo, local e universal.
O terceiro passo é a tomada de consciência de que a missão nasce do próprio Deus que, em Jesus, se fez “Deus-consoco”. Deus vem ao nosso encontro, entra em nossa história, em nossa caminhada. Como Jesus foi enviado pelo pai, nós somos enviados por Jesus.
O testemunho de fé, de profecia e martírio de tantos cristãos na América Latina e Caribe sustenta a missão e dá vitalidade a vida da Igreja.
O quarto passo da missão é passar de uma visão em que a Igreja está no centro do nosso trabalho para uma consciência de que o centro de tudo é o Reino de Deus e que a Igreja está a serviço desse Reino.
A Igreja, como comunidade missionária, realiza sua missão na luta em defesa da vida, a partir de sua fé. E por ser essencialmente missionária, a Igreja não vive para si, ela não está e nem se coloca no centro. Ela vive a serviço do Reino que é o centro e a meta de todas as suas atividades e reflexões.
Converter-se ao Reino é tarefa cotidiana da Igreja Povo de Deus. Sua atuação na história necessita permanentemente de “purificação”, “inspiração”, e “animação” do Espírito Santo para ser fiel a missão recebida de Jesus Cristo.
O quinto passo da missão é acolher o outro, os pobres, os pequenos, os que vivem no lado sombrio e triste deste mundo, certos de que, através deles, encontramos o próprio Senhor (MT 25). Para eles, a comunidade missionária deve reservar sempre o melhor: o melhor tempo, a melhor veste, o melhor espaço.
Na missão nunca pode faltar à partilha a entrega, a doação. Assim, a missão torna-se comunhão e pode ser celebrada na Eucaristia, quando a comunidade une sua entrega a entrega de Jesus. È justamente isso que Jesus nos pediu na última ceia: “façam tudo em memória de mim!” Ao repartir o pão, os discípulos de Emáus reconheceram Jesus ressuscitado, o Cristo Senhor. Só o pão repartido sacia a fome do povo e nos faz encontrar o Senhor. Só pela entrega de nós mesmos se faz a missão.

Organização: Pe. Silas de Paula Barros

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