CRISTÃOS LEIGOS, MEMBROS DO POVO DE DEUS
No último domingo de novembro,
festa de Cristo Rei, celebrou-se também o Dia do Leigo e da Leiga.
A vocação ao laicato tem também
um tom todo especial, mas muitas vezes fica esquecida. É o resultado de um
longo processo histórico que considerou vocacionados apenas aqueles que seguiam
a vida presbiteral ou religiosa.
Somente com o Concílio Vaticano
II as diferenças entre hierarquia da Igreja e laicato foram superadas,
tratando-se a todos sob o título de povo de Deus. Essa noção de povo de Deus exprime a profunda
unidade, a comum dignidade e a fundamental habilitação de todos os membros da
Igreja à participação na vida da Igreja e à corresponsabilidade na missão.
Desde então, a Igreja vem dando
voz e vez aos leigos. O recente Documento de Aparecida retomou e reafirmou a
posição do Vaticano II. No número 211, esse Documento lembra que são duas as
dimensões da vocação laical. Na primeira, os leigos são chamados a exercerem
diversas ações na comunidade eclesial e em diferentes formas de apostolado.
Devem dar seu testemunho de vida e assumir diversos ministérios e serviços na
evangelização, na catequese, na animação de comunidades, na liturgia, dentre
outros.
Já a segunda refere-se à atuação
dos leigos no mundo, entendido como “vinha do Senhor”, com a tarefa de ser
fermento, sal e luz seja pelo testemunho seja pela ação transformadora na
construção da sociedade justa e solidária, conforme os critérios evangélicos. O
Documento lembra que essa missão específica deve ser vivenciada pelos leigos na
política, na realidade social, na economia, nos meios de comunicação, nos
sindicatos, no mundo do trabalho urbano e rural, na cultura, na família e em
tantas outras realidades.
Claro que nenhuma experiência de
missionariedade pode se dar na Igreja sem que haja uma profunda experiência de
Jesus Cristo através de sua Palavra. Por isso, a Igreja insiste na animação
bíblica da pastoral, o que é viabilizada através dos Grupos de reflexão. Esses
grupos destacam-se por se colocarem diante da Palavra de Deus nas casas, a
exemplo do próprio Cristo, que ia às casas e sinagogas para anunciar a Boa
Notícia da misericórdia de Deus. Os grupos de reflexão, quando bem assumidos
pelos leigos e leigas, são uma verdadeira catequese permanente.
Juntamente com os ministros
ordenados, os cristãos leigos e leigas assumem o grande desafio de serem pedras
vivas da Igreja, trabalhadores do Reino que Cristo Rei vem implementar.
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