domingo, 5 de agosto de 2012

Artigos: Mutum (I)

PARÓQUIA DE SÃO MANOEL FAZ REFLEXÃO COM AS LIDERANÇAS: DOCUMENTO DE APARECIDA

A opção preferencial pelos pobres e excluídos

391. Dentro desta ampla preocupação pela dignidade humana, situa-se nossa angústia pelos milhões de latino-americanos e latino-americanas que não podem levar uma vida que responda a sua dignidade. A opção preferencial pelos pobres é uma das peculiaridades que marca a fisionomia da Igreja latino-americana e caribenha. De fato, João Paulo II, dirigindo-se a nosso continente sustentou que converter-se ao Evangelho para o povo cristão que vive na América, significa revisar todos os am­bientes e dimensões de sua vida, especialmente tudo o que pertence à ordem social e a obtenção do bem comum.
392. Nossa fé proclama que Jesus Cristo é o rosto humano de Deus e o rosto divino do ho­mem218. Por isso, a opção preferencial pelos pobres está implícita na fé cristológica naquele Deus que se fez pobre por nós, para nos enriquecer com sua pobreza219. Esta opção nasce de nos­sa fé em Jesus Cristo, o Deus feito homem, que se fez nosso irmão (cf. Hb 2,11-12). Ela, no entanto, não é exclusiva, nem excludente.
393. Se esta opção está implícita na fé cristológica, os cristãos, como discípulos e missionários, são chamados a contemplar nos rostos sofredores de nossos irmãos, o rosto de Cristo que nos chama a servi-lo neles: Os rostos sofredores dos pobres são rostos sofredores de Cristo220. Eles desafiam o núcleo do trabalho da Igreja, da pastoral e de nossas atitudes cristãs. Tudo o que tenha relação com Cristo, tem relação com os pobres e tudo o que está relacionado com os pobres reivindica a Jesus Cristo: “Quando fizeram a um destes meus irmãos menores, fizeram a mim” (Mt 25,40). João Paulo II destacou que este texto bíblico ilumina o mistério de Cristo” 221. Porque em Cristo, o maior se fez menor, o forte .se fez fraco, o rico se fez pobre.
394. De nossa fé em Cristo nasce também a solidariedade como atitude permanente de encontro, irmandade e serviço. Ela há de se manifestar em opções e gestos visíveis, principalmente na defesa da vida e dos direitos dos mais vulneráveis e excluídos, e no permanente acompanhamento em seus esforços por serem sujeitos de mudança e de transformação de sua situação. O serviço de caridade da Igreja entre os pobres "é um campo de atividade que caracteriza de maneira decisiva a vida cris­tã, o estilo eclesial e a programação pastoral”.
395. O Santo Padre nos recorda que a Igreja está convocada a ser advogada da justa e defensora dos pobres223 diante das intoleráveis desigualdades sociais e econômicas” 224, que “clamam ao céu225. Temos muito que oferecer, visto que não há dúvida de que a Doutrina Social da Igreja é capaz de despertar esperança em meio às situações mais difíceis, porque se não há esperança para os pobres, não haverá para ninguém, nem sequer para os chamados ricos” 226. A opção preferencial pelos pobres exige que prestemos especial atenção àqueles profissionais católicos que são responsáveis pelas finanças das nações, naqueles que fomentam o emprego, nos políticos que devem criar as condições para o desenvolvimento econômico dos países, a fim de lhes dar orientações éticas coerentes com sua fé.
- De que forma as lideranças de nossas comunidades estão vivendo a opção preferencial pelos pobres e excluídos?
Pe. Silas de Paula Barros

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