O BANQUETE DE DEUS
Dom Paulo Mendes Peixoto*
A vida é dom de Deus, colocada no mundo numa dimensão de banquete. Mas sabemos que nem tudo é festa, alegria e felicidade. A festa existe quando bem organizada e formada pelos convidados que aceitam livremente participar e se preparam para isto.
A vinda de Jesus Cristo ao mundo foi como uma festa de casamento. Aconteceu o encontro dele com a humanidade, criando enlace matrimonial. Uma festa que continua na história. Participar dela supõe superação de tudo que destrói o que a constitui.
A fraternidade é o banquete da vida, que significa destruir os caminhos de sofrimento, de isolamento e de morte. É fruto de confiança e de entrega ao bem. É a certeza no Deus da vida, caminhando sob a proteção do bastão e do cajado do pastor divino.
No banquete de Deus, o verdadeiro pastor não deixa as ovelhas no curral, na enganação e na falta de liberdade. Ali ninguém se vende e nem desvia o que é bem para todos. É o banquete da solidariedade, das convicções, da partilha e da soma de valores.
Participar da festa do Senhor é comprometer-se com a justiça do Reino. É não concordar com as tramóias realizadas pelas falsas lideranças na sociedade. Este fato causa indignação e revolta na comunidade.
Muitas atitudes nos excluem do banquete de Deus. Há os que não aceitam o convite porque sua participação exige atitudes de justiça. Ali não é local de privilégios e de lucros pessoais. É o banquete da construção da sociedade justa e fraterna.
Na verdade, todas as pessoas são convidadas para construir o bem e para a alegria da festa. Devem abrir as portas do coração e atender a voz de Deus, superando os interesses próprios e egoístas. É não ter medo de vestir o traje da justiça.
O banquete de Deus é espaço de liberdade e vida para todas as pessoas, onde há gratuidade e solidariedade com os mais necessitados e empobrecidos. Somos chamados aí para uma atuação política de liberdade, sem falsas promessas.
*Bispo de São José do Rio Preto
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