Chegamos a junho, bonito mês que nos recorda a simplicidade de nosso povo, cheio de vida e de encanto, espalhado nos mais recônditos lugarejos onde estão as mais de mil comunidades eclesiais de base desta nossa amada diocese de Caratinga. É um verdadeiro louvor a Deus por sua presença na vida deste povo.
Esta religiosidade popular, conforme nos assegura o Documento de Aparecida (n. 37), exerce papel nobre e orientador, contribuindo para que nos tornemos mais conscientes de nossa comum condição de filhos de Deus e de nossa comum dignidade perante seus olhos.
O mesmo Documento (n. 300) afirma: “Deve-se dar catequese apropriada que acompanhe afé já presente na religiosidade popular. Maneira concreta podeser a oferta de um processo de iniciação cristã com visitas àsfamílias, em que não só se comuniquem a elas os conteúdos dafé, mas que também as conduza à prática da oração familiar,à leitura orante da Palavra de Deus e ao desenvolvimento dasvirtudes evangélicas, que as consolidem cada vez mais comoIgrejas domésticas”.
No entanto, dom João Batista Cavati, bispo diocesano de Caratinga entre 1938 e 1956, mais de cinquenta anos antes da Conferência do Episcopado Latino-americano em Aparecida, já afirmara: “Desde as minhas primeiras visitas pastorais, senti que o maior mal espiritual da diocese de Caratinga é a ignorância religiosa. Senti a necessidade de fundar uma associação com mais estabilidade para ensinar a doutrina cristã nas capelas, onde mais se faz sentir a escassez de sacerdotes”.
A afirmação do então bispo diocesano serviu de ânimo a padre Bruno Konrad List, na época pároco de São Francisco do Glória, para a criação do Instituto das Irmãs Missionárias de Nossa Senhora das Graças, conforme ele mesmo narrou: “Por escassez de padres nesta diocese, achei-me, apesar das repetidas tentativas em alcançar um padre cooperador, obrigado a bater na porta de conventos de irmãs de caridade a fim de alcançar irmãs para as escolas paroquiais bem como para as obras sociais de que uma bem organizada paróquia necessita”.
Surgem então as Irmãs Gracianas, motivadas pelo carisma deixado pelo fundador: Catequizar e Evangelizar. Missionárias por natureza, as “Gracianas”, como as chamamos, vêmhá mais de meio século trazendo luz e entendimento, ajudando nosso povo a aprofundar, mesmo através dos traços de religiosidade popular, o sentido da fé.
Apesar disso, como lembrou recentemente o Papa Bento XVI em sua carta aos sacerdotes, é preciso ainda um empenho maior para uma evangelização cada vez mais eficaz, posto que um analfabetismo religioso vem ganhando vigor em nosso tempo.
É o grande desafio do século XXI já proposto pelo Documento de Aparecida: Na alegria de sermos discípulos-missionários, reconheçamos que a verdadeira missão da Igreja é evangelizar segundo os passos e as atitudes de Jesus, na generosidade e na gratuidade, a exemplo de Deus e do Evangelho.
Que você, querido leitor de Diretrizes, encontre nesta edição ânimo para a vivência da fé, testemunhada na audaz coragem de padre Bruno, fundador das Gracianas. Que junho seja um mês de alegrias para todos nós e até julho, se Deus quiser!
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